Muita gente não sabe – agora vai saber – mas tenho uma síndrome rara, que se trata de: eu não consigo assistir filmes na presença de outros seres humanos – e não estou falando (só?) de filmes pornô. Acontece que comentários, risadas, choros, indignação e qualquer esboço de sentimento vindo das pessoas que estão ao meu redor, me tiram imediatamente da atmosfera do filme e me jogam de volta pra minha realidade, onde tenho que pegar fila na boca do caixa do Itaú e responder aquele email da Herbalife. Quando isso acontece, minha mente confusa se desliga e eu acabo dormindo (isso talvez responda algumas dúvidas de amigas).
Ainda assim, eu gosto muito de ir ao cinema. Por mais que a exposição a essa síndrome seja iminente nesse tipo de local, aquela tela gigante e impositiva neutraliza um pouco essa sensação. Entretanto, já passei maus bocados em salas de todo o Braseél e por isso conto com a colaboração de vocês para futuras experiências:
- Segurar risadas escandalosas e demoradas, mesmo que elas sejam muito importantes pra você. Às vezes a cena já mudou, o personagem que fez a piada já morreu, e você ainda está rindo e atrapalhando quem quer prestar atenção em como aquele ônibus apareceu na frente dele, tão de repente.
- Evitar atender ligações como se você estivesse na sua casa, sem ninguém por perto. Nada pode ser mais importante do que o filme naquele momento, se alguém que você ama está no hospital prestes a morrer e você precisa ficar com o celular ligado, vamos repensar se você deveria estar assistindo “Um Suburbano Sortudo” ao invés de estar com essa pessoa, e vamos repensar essa relação.
- Trocar mensagens por torpedo ou ZÁPI também atrapalha, então evite luminosidades. Selfies e flashes, precisamos comentar ou já deu pra pegar o conceito?
- Evitar apoiar o pé no descanso de braço da cadeira a frente, pois a pessoa que está sentada nela pode confundir o seu dedão com um Cheetos que caiu.
- ALIÁS, evite Cheetos no cinema. No metrô também, e em qualquer outro lugar público – vou aproveitar o post pra fazer essa súplica.
- Evitar comentar sobre o final do filme em alto e bom tom no meio do banheiro lotado do cinema, esquecendo-se de que algumas pessoas estão entrando na sessão e não saindo.
- Não tossir, espirrar, engasgar. Vamos ressaltar essa coisa do silêncio.
- Tentar não se atrasar pra não chegar causando com o filme já começado, tendo que pedir licença/ desculpa/ licença/ desculpa pra cada pessoa que você esbarra. Vamos nos programar mais em 2016? Vamos.
- Você tem a vida inteira pra beijar de língua a pessoa que você ama – sim eu sou encardida – e se você não acha que esse relacionamento vai durar a vida inteira, temos mais um motivo pra você não atrapalhar quem pagou quase R$30 + R$15 de pipoca depois de ter esperado meses pra ver um filme, beijando uma pessoa que você nem se importa em fazer planos.
- Evitar estourar um champagne no meio de um filme de suspense. SIM, isso já aconteceu e a rolha bateu na cabeça da amiga da minha irmã. Guardamos a rolha de lembrança embrulhadinha no trauma que veio junto.
- Se você tem menos de 18 anos, deveria estar inventando algum aplicativo que vai te fazer milionário e não jogando pipoca nos amigos.
- Não leve bebês e crianças pequenas que podem começar a chorar (gritar) estridentemente, a criança é a última pessoa que gostaria de estar naquela sala de cinema, mas se você quer assistir o filme do Lego e está usando o seu filho de 5 meses como desculpa talvez esteja na hora de procurar um psicanalista.
-Em caso de dúvidas, entre em contato com a Administração de Recursos Humanos no telefone 0800 – PAREM – DE – BATER – PALMAS – NO – FINAL – DOS – FILMES – em 98% dos casos os diretores, produtores e atores não estão presentes para receber tal aplauso, então desconfio que não seja assim TÃO necessário.
Abs,
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