Esses dias um dos leitores aqui do blog me contou uma história que quase todo mundo já passou, tá passando ou vai passar.
Situação: você nem liga muito pra ele ou pra ela – que está louquinhx por você. Daí vocês se relacionam, passa um tempo, agora a pessoa parece um pouco indiferente – Por quê? Passam mais algumas semanas e… Cadê? A pessoa tá vazando, tá partindo pra outra, tá picando a mula e a única coisa que passa pela sua cabeça é “VOOOOOOLTAAAA QUE EU TE AMO!!!!”
Mas ela foi embora. Deveria ser algo simples, mas não é. Dói.
E aí a gente desata na nóia de correr atrás, sempre com a ideia de que estamos perdendo o amor de nossas vidas e se fizermos o que tiver ao nosso alcance pra impedir essa perda podemos ter um desfecho lindo como nos finais de filmes românticos, com direito a aeroporto, flores, beijos emocionados e Nora Jones. SPOILER: na vida real isso não acontece! Aqui na Terra o que acontece é muita frustração, sofrimento, revolta no twitter, brigadeiro com Nescau – porque nessas horas nunca tem chocolate do fradinho -, e muito, mas muito atraso de vida.
Primeira coisa: calma.
Esse exercício funciona muito!
E agora pensa comigo: será que só vivendo um grande amor podemos validar nossa existência? Será que só sendo amados – de preferência incondicionalmente – por alguém podemos ser realmente felizes? Será que essa pessoa é realmente especial na sua vida, ou você só está com preguiça de ter que lidar com o espaço vazio que ela deixou? A gente tem uma certa tendência em querer viver um grande amor por achar que a vida vai ser mais fácil e mais confortável assim – sim, somos mimadinhxs – e acabamos nos esquecendo de cuidar do amor mais importante que podemos ter: o amor próprio.
Não há nada que podemos fazer em relação ao que os outros sentem por nós e qual o caminho que eles vão seguir. Mas temos o total controle de nossas próprias vidas e a maneira como vamos tocar em frente. Nenhuma sensação é mais deliciosa do que olhar no espelho e ver como somos jovens, como temos tempo pra fazer tudo o que queremos fazer. Nenhum relacionamento pode roubar a energia vital que usamos pra trabalhar, estudar, curtir os amigos que temos, fazer novos amigos, aprender a tocar um instrumento ou falar um novo idioma, assistir todos os filmes e seriados do Netflix, conhecer novos lugares na cidade, fazer coisas que nunca fizemos antes. Curtir a nossa própria companhia.
Porque a vida é muito curta e o mundo é muito grande, pra que a gente fique esperando alguém trazer a nossa felicidade num pratinho com caramelo e confeitos coloridos. É ótimo estar com alguém que complemente a nossa alegria, mas pra isso precisamos já estar alegres sozinhos. É um processo difícil, mas garanto – vale a pena! Quando estamos bem sendo nós mesmos, fazendo as coisas que gostamos e sem precisar do carinho de alguém, nos tornamos pessoas mais livres e consequentemente mais interessantes. Isso explica porque gostamos de quem não gosta da gente: pessoas que estão tranquilas, bem consigo mesmas e se bastam sozinhas – sem se importar em estar em um relacionamento – acabam se tornando mais atraentes. Seja essa pessoa.
Seja protagonista da sua própria vida e verá que seus próximos relacionamentos – sim, você ainda vai conhecer muitas pessoas nessa vida – terão muito mais qualidade. As coisas só dão certo quando acontecem de maneira natural, sem que ninguém force algo que não é pra ser. As coisas só dão certo quando são leves, vamos deixar esses amores impossíveis, dramáticos e sem sentido para os filmes – de preferência dos anos 80!
Espero que tenha ajudado alguém aí! (;
Beijos e SE CUIDEM – MESMO!