Estou lisonjeada com esse título gracinha, mas não, eu não sou um prêmio. Nem eu e nem nenhuma das mulheres que habitam essa sala. Somos mulheres, que cresceram intoxicadas pelo combo: “faça charme, seja difícil, deixe ele te procurar”.
Porque os homens são ‘caçadores’ né moçada. Eles têm que lutar pelo prêmio, então se ele demora pra te procurar, você não pode procurá-lo. Se ele manda mensagem, você tem que demorar um pouquinho pra responder – dizem as revistas. Ele te toca mas você não pode fazer nada ainda porque ele precisa lutar (no tempo dele) por esse prêmio – que é ficar com você.
Suas próprias vontades, onde ficam? Ah é, mulheres também tem vontade assim como os homens – pausa pra um grito de espanto.
Não queremos que você tenha que lutar uma guerra pra poder ficar com a gente. Não precisa ser assim. Não é a espera ou a luta que vai garantir que seja ótimo, muito pelo contrário. Essa ‘luta’ parece descartável e um tanto quanto inútil. É preciso que as almas se toquem de verdade, em níveis muito mais profundos para que que haja envolvimento, e isso vai muito além de uma lutinha com fases a serem ultrapassadas. Tratar a mulher como prêmio só traz angústia para todas as partes – elas ficam cada vez mais sobrecarregadas, retraídas, tensas e o sexo fica cada vez mais complicado.
“Não se entregue, não seja fácil. Ele vai achar que perde a graça.” – cemporcento nem aí pro que ele vai achar. A única coisa que me preocupo é até que horas vai rolar esse tipo de pensamento, pra eu programar meu alarme aqui pra esse atraso na sociedade.
Moço, sou sua recompensa não.
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